Após vinte anos de trabalho se consegue estabelecer o verdadeiro sentido da frase muitas vezes repetida na minha casa, quando ainda era criança, “... advocacia é uma semeadura constante...”.

Verdade simples e poucos controvetidas combinam muito com todos nós que nascemos no interior do Estado de São Paulo e que sabemos que a distância dos grandes centros é pouco importante diante de todos os dias povoados de muito trabalho e ainda tudo por fazer.
Não há como negar, comecei na advocacia graças a ótima e laboriosa influencia de meu pai, o qual tornava os dias e as noites uma coisa só, combatendo o sono e a tristeza com a esperança e a alegria de criar quatro filhos e a certeza de todos seriam, como são,”doutores”.
“Enterraram seu umbigo em uma “vade mecum”, bradava meu avô materno de que herdei o meu primeiro prenome e o segundo de meu avô paterno, uma combinação harmoniosa e temerária, pois se um deles recebi a personalidade rígida e pouco tolerante para com os erros e os outros, do avô árabe a personalidade voltada ás coisas mais belas, os perfumes, as comidas e as festas.
Certamente, nunca tive tanto para a música, não fui bom jogador de futebol e não estava talhado á hierarquia militar, restaram – me, então os livros que cobriam as paredes da casa da rua xv de novembro, onde eu meus irmãos brincávamos e jogávamos bola até dentro da sala, esta muito grande, tão grande quanto á disciplina de mãe e tantas vezes protegidos das surras pelo avô Carlos.
Os dias de faculdade foram memoráveis, e, não confessáveis. Os amigos, as festas e os novos livros. Andei pelo centro velho de São Paulo por quase todas ruas, sempre, carregando papéis e processo no João Mendes, na praça da Sé, no viaduto D. Paulina, e, outros fóruns.
Retornei para Rio Preto e na verdade descobri que jamais sai daqui. Aquela sensação estranha de saudade, raiva e novamente saudade.
Nunca pensei ou mesmo trabalhei para concorrer a qualquer tipo de prêmio ou mesmo reconhecimento, em verdade procurava todos os dias, de manhã, abri a porta do escritório e esperar pelo novo cliente.
A fórmula era muito simples, trabalhar e pagar as contas, a exemplo da loja de secos e mohados de meu avô Simão e a exemplo do cartório de meu avô Carlos, organizar todos os papéis em locais apropriados dentro dos escaninhos.
A motivação foi sustentada, após estes anos todos, em duas pessoas a Eliani, mulher e sócia de todas as horas, e o calinhos, meu filho querido.
Assim, agradeço a todos os que lembraram , espontaneamente, de meu escritório, o qual continuará sempre aberto e motivado nas mais indispensável esperança de que o judiciário se faz e se sustenta na legalidade, na humanidade, na certeza e na justiça comprometida com  o ser humano e com a sociedade

Obrigada

Carlos Simão Nimer